Sindicatos questionam
reforma da previdência
O
movimento sindical vai intensificar a luta contra a Reforma da Previdência
proposta pelo governo Michel Temer, através da PEC 287. Esta foi a principal
conclusão do debate a "PEC 287 e a minimização da Previdência
Pública", realizado na manhã do dia 3 de fevereiro, na Fecesc, em
Florianópolis, onde estiveram reunidos mais de 100 dirigentes de centrais
sindicais, federações e sindicatos de trabalhadores de Santa Catarina. Diversas
iniciativas já estão sendo tomadas, neste sentido, como o Fórum Estadual de
Lutas em Defesa dos Direitos (o Fórum Regional foi criado em Jaraguá do Sul no
dia 10 de fevereiro, no auditório do IFSC) e a campanha "Reforma da
Previdência - Sua Aposentadoria Acaba Aqui", lançada pela Confederação
Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT). Dias 17 e 18 de fevereiro acontece o
Congresso Catarinense sobre Previdência e Dívida Pública" e a mobilização
deve culminar no dia 15 de março, com a deflagração de uma greve geral no país.
Os
economistas do Dieese/SC, José Álvaro Cardoso e Maurício Mulinari foram
palestrantes do debate realizado na Fecesc. O supervisor técnico do
Departamento, em Santa Catarina, provou que o Sistema de Seguridade Social no
Brasil é superavitário, ao contrário do que dizem Temer e a mídia golpistas.
"O saldo positivo da Previdência foi de R$ 20 bilhões, em 2016, e, em anos
de crescimento econômico, chega a R$ 75 bilhões de superávit", destacou
José Álvaro Cardoso. Ele diz que as contas apresentadas pelo governo são falsas
porque não são computados todos os recursos da Seguridade, como os oriundos do
PIS/Cofins, da Contribuição sobre o Lucro Líquido, das Loterias e do PIS/Pasep.
José Álvaro critica: "O objetivo do governo com a reforma da Previdência é
economizar R$ 650 bilhões em 10 anos, valor que é gasto em apenas 12 meses para
pagar os juros da dívida pública".
Destruição
da Previdência
O
economista Maurício Mulinari adverte que Michel Temer quer "a destruição
da Previdência pública". Ele lembra que a Previdência é a principal
política de distribuição de renda no Brasil e estima que a reforma de Temer
pretende jogar 70% dos brasileiros abaixo a linha da miséria. "A reforma
envolve medidas como a elevação da idade mínima de aposentadoria, seja homem,
mulher, trabalhador rural, professor da rede pública, vão ter que trabalhar até
65 anos e contribuir mensalmente para atingir 25 anos ininterruptos de
contribuição à Previdência". Assim, na sua avaliação, "quase 40% da
população estará impossibilitada de se aposentar, e aqueles que conseguirem
terão reduzido tanto o tempo de vida para gozar do benefício, quanto o valor
recebido, que será, em média, 30% menor".
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