23 de julho de 2014

VELEJANDO

Mauro Fábio Koch ficou 30 dias em alto mar
Jaraguaense faz viagem sabática pelo Oceano Atlântico​


Parar, respirar tranquilamente e pensar. Quantas vezes você já teve vontade de se desligar dos acontecimentos ao redor e, simplesmente, deixar a vida acontecer? Pois, depois de sonhar muito com essa completa sensação de liberdade, o catarinense Mauro Fábio Koch decidiu colocá-la em prática e, por 30 dias, navegou pela imensidão do Oceano Atlântico.

A viagem sabática começou a ser preparada em agosto de 2013 e foi compartilhada com o capitão e dono do veleiro, Marc Gielissen. Velejando em alto mar, eles percorreram 4,6 mil quilômetros durante um mês. O embarque ocorreu na cidade de Salvador, na Bahia, e a primeira parada em João Pessoa, na Paraíba. Depois, sem nenhum contato com a terra firme, deixaram os ventos os levarem até Trinidad e Tobago, país situado ao largo da costa nordeste da Venezuela.

Muito mais do que um passeio pelo Oceano, a viagem significou uma parada sabática para a vida de Mauro Fábio Koch. “Foi um marco em minha vida, tanto profissional como espiritualmente”, conta. Após duas décadas dedicadas à administração de um negócio familiar, ele resolveu se reinventar. “Decidi mudar de atividade profissional e, antes de atuar como personal coach, minha nova profissão, embarquei para realizar a viagem dos meus sonhos. Sabendo que ficaria incomunicável por um bom período, esse tempo foi suficiente para cortar os laços que me uniam ao antigo negócio”, explica.

Agora, de volta a Jaraguá do Sul, ele soma os benefícios trazidos pela aventura. “Quando fazemos um período sabático, vimos o mundo com outra lente”, destaca. Como incentivo, Mauro Fábio Koch comenta que essas paradas são determinantes para a vida. “De tempos em tempos, é necessário desacelerar para refletir. Se você não fizer isso, é bem provável que o Universo faça por você. E, então, poderá ser tarde”, comenta.

O QUE É PERÍODO SABÁTICO?

No mundo judaico antigo, um de cada sete anos era destinado por lei ao repouso compulsório. A terra não podia ser cultivada, as dívidas se extinguiam, os escravos conquistavam a liberdade. Não era permitido sequer colher os frutos das árvores. Terminado esse período, conhecido como ano sabático, tinha início um novo ciclo de vida.

Nos dias atuais, o sabático está de novo em evidência, mas agora com um novo significado, de caráter pessoal. A ideia básica ainda é realizar uma pausa prolongada antes de uma nova etapa. Mas já não se trata apenas de deixar a terra inculta. A meta agora é cultivar o espírito, para que algo novo floresça.

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