Empoderar para combater a violência contra a mulher
“Desde a mais tenra idade somos estimulados a ter sonhos, sejam eles
materiais ou imateriais. Os sonhos são desenhos de projetos na busca de uma
vida melhor, no encontro da felicidade. Quando conhecemos alguém especial em
nossa vida, acreditamos que o amor será eterno, sonhamos em convivência,
segurança e família. Mas o que pensar quando os sonhos são ceifados e se tornam
pesadelos? E quando a expectativa é bem diferente da realidade? Quando o amor
imaginado se transforma em violência?”, pergunta a supervisora do Cras João
Pessoa, Tânia Aparecida Furtado de Sousa.
Este é o cenário de toda a mulher que sofre violência pelo
companheiro, de sonhos que se dissolvem num misto de dor, frustração e
impotência. A violência disfarçada de amor pode devastar a vítima física e/ou
psicologicamente, dependendo do tipo de ação do agressor. Não escolhe raça,
religião e classe social, mas todo ato agressivo viola o direito da pessoa
agredida, seja pelo uso da força física, psicológica, sexual, patrimonial ou
moral.
Dentre as políticas públicas de combate à violência, o Centro de
Referência de Assistência Social (Cras) realiza o trabalho de prevenção, ou
seja, age antecipadamente, por meio de articulação com a rede, nos atendimentos
às famílias e nas reflexões com os usuários nas ações coletivas desenvolvidas
neste espaço.
“Nos grupos do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à
Família (Paif), o tema violência contra a mulher é colocado na roda de conversa
para que, a partir dos relatos trazidos pelos usuários, possamos proporcionar
reflexões e ampliar o conhecimento sobre o assunto, bem informar sobre os
canais de denúncia”, explica a supervisora do Cras João Pessoa, Tânia Aparecida
Furtado de Sousa.
São comuns os relatos sobre situações que tomaram
conhecimento pelas redes sociais, imprensa, ou de violência sofrida por
familiar mas, dificilmente é expressada na roda a violência sofrida por medo de
julgamentos, dos mitos que colocam a mulher como culpada pela agressão e não
como vítima. Entretanto, todas as discussões e provocações reflexivas
proporcionadas no grupo, além do estabelecimento do vínculo de confiança com a
equipe do Cras, contribuem no encorajamento para expor o sofrimento, em
atendimento individual e, a partir deste momento, são realizados
encaminhamentos para garantir a proteção da mulher.
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